quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

encontro 18 - (marcia regina, 20 de fevereiro, quinta)

foto por Welder Rodrigues

Ensaios, ensaios, ensaios, três dias na semana. Apenas três! Só de pensar nisso me dar um desespero de capricorniana... tão poucos ensaios quando se precisa de mais tempo para maturar as descobertas e adensar as experiências do processo.  Mas nesse ínterim do tempo à gente se desapega e acredita nas potências que cada um pode dedicar ao trabalho.
Nessa quinta-feira passamos os vinte e poucos minutos do espetáculo até aqui levantado, alguns desacertos que fazem parte, mas no geral eu tive uma sensação boa da passagem, principalmente de uma concentração do coletivo.
Do início, “Não se espante minha gente”, onde o coro de candangos abre as portas para mostrar uma Brasília de alegria, mas também de tristezas, iniciamos a passagem, até chegar à ditadura, onde o trator da opressão destrói(uiu) os que na base de muito suor construíram essa cidade vermelha, de carne, osso e concreto.
O “Ra ta tá” a cada dia ganha mais um degrau no acerto, se é que existe um acerto certo... Percebemos que nos dias que estamos mais conectados (o grupo), as cenas acontecem. E essa conexão dos atores é primordial, já que o espetáculo é feito de um coro, que também como os candangos precisam empenhar muita energia pra erguer a construção.
Depois de ensaiar já com a perspectiva de intenção de uma apresentação, o ensaio pela primeira vez foi mais focado no trabalho de texto. E foi precioso ver os textos, ainda que precise de trabalho sobre eles. Cada texto com sua textura e símbolos, metáforas, sensações e cores preenchido pelos atores foi ganhando vida... ver um mesmo texto na boca de mais de um pessoa, trouxe uma diversidade de possibilidades de atuação. É rico perceber que qualquer um que pegar um texto para defender vai mostrar sua essência em cena. E é lindo perceber as diferenças dos atores, cada um com seu trabalho potente para contribuir.
Alguns textos já estão definidos, mais ainda faltam algumas escolhas para serem tomadas, e até a estreia muitas aventuras poderão nos chegar, e que assim seja, um risco no abismo.   Que seja doce o processo, que seja feito com amor e com dedicação em cada instâneo de compartilhamento. 

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