quinta-feira, 24 de abril de 2014

encontro 46 - (vinícius, 24 de abril, quinta)

Estreia!!!!!!!!!!!!!!!
Frio na barriga, emoções a flor da pele, um processo denso, complicado, gerador de reflexões sobre o processo de recriação. O reflexo da dedicação materializado em formas e poesias....

"Essa cidade não é só um esboço, um rabisco, um desenho mal acabado... eu vejo eixos, quadras, blocos, eu vejo as flores coloridas da estação". De carne, osso e concreto.



quarta-feira, 23 de abril de 2014

encontro 45 - (tuti, 23 de abril, quarta-feira)

Festa.

Hoje apresentamos no jogo de cena. Muito legal nos perceber enquanto grupo. No camarim. Nos dez minutos antes de entrar. Na maquiagem. Na força de um olhar para o outro. Na concentração.

Ver o espetáculo existindo, de fato, pois existe a presença real do olhar de fora, é excitante!

Ficamos meses e meses criando, concebendo, ensaiando. Acreditando que precisamos de mais ensaio, mais aprimoramento. Parece que a coisa não anda. Tem que horas que precisamos mesmo é daquele agente catalizador de tudo: o público.

Amanhã é dia de estréia.




terça-feira, 22 de abril de 2014

encontro 44 - (tatiana, 22 de abril, terça)

Corações saltitantes e ansiosos pra estreia! É depois de amanhã, dia 24, no SESC Garagem.

Amanhã, quarta, apresentaremos uma das cenas do espetáculo no Jogo de Cena, na Caixa Cultural. Levar um pouquinho da criação na qual estivemos mergulhados por tanto tempo ao público vai ser ótimo para nos preparar pro dia de mostrar o todo. Pura empolgação.

Que possamos, na temporada, levar um pouco do encanto de Brasília pro palco. O encanto que transborda do céu, das árvores, do inesperado que brota do planejamento.

"Se eu navego no teu céu não sinto ausência do mar."


segunda-feira, 21 de abril de 2014

encontro 43 - (roberto dagô, 21 de abril, segunda)

Parabéns pra você
nesta data querida
muitas felicidades
muitos anos de vida!

Há 54 anos, no dia de hoje, era inaugurada a nossa Capital, esse nosso quadradinho de terra vermelha, nosso tantinho de cerrado com seu cobertor de concreto, nosso recorte de céu, nosso empoçamento de Paranoá!

Comemoramos a data na sala de ensaio, de 14h às 23h ajeitando, afinando, apertando aqui e ali... O espetáculo finalmente caminha e, antes mesmo de entrar em cena, já tenho meus olhos sempre cheios de lágrima. Também tenho um sorriso, de um candango que veio cheio de esperança "pra vender farinha, o arroz e o feijão"! Cheio do orgulho de acreditar, de ter fé, que tudo será diferente, que beberá desse leite e desse mel que jorra de sua função na nova Capital! E os olhos grandes de curiosidade, espanto, sonho, ficam cheios de sangue enquanto, varas a postos, o cerrado vai sendo aberto e rasgado pra dar lugar à nova cidade. A vara corta o ar em sua música afiada, abrindo espaço para todos os sonhos de milhares de brasileiros que contam sua história num repente simples, calejado, rachado, ressecado, suado.. "vou falar do meu orgulho de ver Brasília nascer"!
E o candango bem roto e sujo que se mistura ao pó do Planalto Central vira oficial quando a cidade ja tem seu esqueleto erguido, vira oficial bem composto, que abandonou já sua mala da terra natal, que abandonou seu chapéu de trato humilde, que abandonou sua vara, seu instrumento de trabalho pesado... agora resta a postura ereta, respeitosa, o peito cheio, orgulhoso, o olhar formal, mas ainda exultante de prosperidade e expectativa com o nascimento de Brasília! É 21 de abril e todos cantam o hino de Brasília como se marchassem em direção ao próprio futuro!
Mas o peito também sofre com o excesso de oxigênio, e, ao final do hino, já não há ar que chegue pra cantar a histeria de um sonho que, a cada verso, cai por terra em toda a sua fragilidade, craquelando sob o sol do marco zero... O sonho começa a azedar como o leite prometido por Dom Bosco... é tudo grande demais para os olhos pequenos do candango, cansado de abrir o máximo de olhar para guardar todo aquele mundo de promessa dentro de si mesmo... os passos andam vacilantes pra trás porque pra frente é cada vez mais difícil ir... corpos caem de cima dos prédios como se chovesse no chão seco de Brasília e essa imagem não se apaga mais... "mas eu vou ficar aqui".

sábado, 19 de abril de 2014

encontro 42 - (rafael, 19 de abril, sábado)

Mais um dia de ensaio já em reta final. Sábado, começando às 9h da manhã.
As pessoas que precisavam trabalhar algo de texto chegaram mais cedo e tiveram algum tempo com dedicação exclusiva da direção. O restante da trupe chegou por volta de 11h para aquecimento e uma passagem geral.
Tempo hábil de apenas uma passada. Tentativa de tirar dela o máximo que pudéssemos. Algumas coisas ainda desencontradas. O final recém marcado com posicionamento de cubos para formação final (samba) ainda não tinha sido bem assimilado e, por esse motivo, passamos por algumas paradas da direção que procurou organizar esses pequenos detalhes finais. Natural. Reta final. A comunicação às vezes falha mas a gente administra e com paciência e carinho chega-se a um lugar saudável e leve a todos.
Mãos dadas e confiança!
Ao final, cabeça reverberando uma série de episódios de ensaio. Dia de seguir para o descanso e digerir todas essas reverberações que acontecem dentro da cabeça. Domingo, um feriado/pausa para retornar com força na próxima segunda feira.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

encontro 41 - (pedro, 18 de abril, sexta)

Hoje, iniciamos como sempre com um alongamento individual depois em grupo, o último com a direção de Nara, depois fizemos um aquecimento vocal com a Julia e iniciamos os trabalhos. Passamos sem parar toda a peça quase em parar. Paramos algumas vezes pra ver detalhes coreográficos, principalmente na cena do Homem que contava os passos e na transição de cubos pra cena do Quadrado branco.
Em seguida, conversamos em roda. Adriana, Nara, Julia e Matheus deram alguns feedbacks em relação à passagem e fomos pra casa, descansar

quinta-feira, 17 de abril de 2014

encontro 40 - (marcinha, 17 de abril, quinta)



chegando na curva da reta final, se é que o fim existe despois do começo.
me lembro de quando eu assisti o espetáculo “de carne, osso e concreto” em 2007 na primeira versão. me lembro de ser tocada profundamente em conhecer brasília numa vivencia teatral, eu que não a conhecia fiquei surpresa com sua história. me lembro de ter falado depois de visto a peça que um dia ainda iria fazer aquela peça, eis que aqui estou. destino ou não, hoje me sinto mais brasília por morar aqui e fazer parte dessa peça.
desde 2007 pra cá minha percepção da cidade se modificou, antes eu era uma menina que saia de uma satélite em busca de sonhos que não me representam mais. hoje minha percepção da cidade vai além dos seus monumentos. minha cidade é branca, mas tem terra vermelha querendo cobrir sua assepsia.
depois de quatro meses de ensaios, repetições e de apropriações o trabalho ganha forma, e nessa arquitetura de corpos e movimentos colocamos nossa impressão, nossos sonhos, nossas vozes, nosso suor, nossa presença. de carne, osso e concreto é um espetáculo de presença, que cada instante é preciso estar atento para marcações. mas também é respiro, é dança, é encontro de baixo bloco. é sorriso quando olho pra tuti na marcha do hino de brasília. que bom poder subverter a retidão de brasília  por meio da arte.



sábado, 10 de março de 2012
no dia do despejo trabalhei no meu cotidiano repetitivo, funcional. enquanto tudo era retirado as pressas eu estava longe, bem longe, parada, estancada, sem fazer ideia. e tudo era jogado, espalhado onde dava, onde ainda cabia as tralhas que a gente acumula durante uma vida severina. e no fim do dia na volta pra casa, enrolado com o vento e a noite que escondia umas poucas estrelas, senti um vazio ainda mais agudo, ainda mais estridente. um vazio indigente.
eu estou cansada de bater ponto como a menina burguesa de classe média de carne osso e concreto. porque essa pobre de classe baixa, que sempre estudou em colégios públicos, passou na faculdade, nunca quis entrar para o serviço público de merda está cansada.
e toda razão é quebrada com a dura realidade, crua e nua a sua frente... veio aquele choro estancado a anos no corpo. o olho estranhou, estremeceu com a lágrima que não veio a meses...
vi todos os meus livros jogados... eu queria ressuscitar Jota Cristo e cobrar a promessa não cumprida... Brasília nunca meu coube...

hoje acordei com esses fleches de luz, seguindo um caminho ainda desconhecido. uma luz no fim no cu do mundo.

ausência do mar...

    "se eu navego no teu céu não sinto ausência do mar" (foto: Tatiana Bevilacqua)

terça-feira, 15 de abril de 2014

encontro 39 - (leandro, 15 de abril, terça)

O encontro de hoje foi voltado principalmente para a limpeza de coreografias. A maior dificuldade que o grupo vem enfrentando é justamente o "encaixar" no tempo..Percebo que esse trabalho de composição, unindo voz, músicas, atuação, texto, tudo de uma única vez, de fato, requer uma disciplina e insistência da parte do artista. Particularmente, eu nunca tinha trabalhado desta maneira, e percebo em mim, pelo menos uma nova porta criativa. Chegando a esta fase final do processo, é bem interessante também, perceber o desenvolvimento de cada um, no ato de cantar, e no ato de ser coreografado..Dificuldades sempre surgem ao longo do processo, mas é bem bacana perceber o crescimento que foi atingido individualmente. Essa experiência de processo proporciona também uma revisitação no ato de SER artista, quais são suas potencialidades, limitações e devaneios.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

encontro 38 - (daniela, 14 de abril, segunda)

Véspera de Feriado daqui a pouco. Páscoa emendando com Tiradentes.

Penso que a maioria do mundo iria preferir não trabalhar no feriado, mas faltam poucos dias para a estreia. Depois a temporada já passou e a gente mal viu o tempo passar.

Mesmo que o tempo esteja seco. frio. vago.... Queremos pintar esse lugar de azul.

Finalmente, vou poder dizer o meu texto, o ultimo texto.
Aquele adeus.
Aquele abraço.
Aquele cubo.

Passamos o espetáculo. Do início ao fim.
Do fim ao inicio.
No princípio, havia o céu e a terra.
E o homem viu que a terra era boa.

Desculpe os devaneios.

É que os processos são feitos de poesia, suor e lágrimas.

Carne, osso e concreto.


quinta-feira, 10 de abril de 2014

encontro 37 - (jessica, 10 de abril, quinta)

em um processo de criação sempre existem aqueles dias que a maioria dos envolvidos terá algum problema.

este dia aconteceu hoje.

12 integrantes no elenco.
5 ausentes - dentre os motivos: doença, batida de carro e colação de grau.

o jeito foi encontrar uma outra maneira de aproveitar o tempo, já que por ser um espetáculo que depende muito do coletivo coreograficamente, seria inviável trabalharmos em cima das cenas com este desfalque.

assim, cena por cena, foi sendo trabalhado a lapidação dos textos de cada um individualmente.

pra mim, a adriana é uma monstra (no bom sentido) na leitura dramática, então, achei ótima acompanhá-la dirigindo os outros e ter a chance de ter minha cena dirigida com mais calma também. eu pensei que eu fosse ter bem mais apontamentos do que aconteceu de fato. fiquei feliz.

"eu sou feita de linhas, concretos e carros...
pessoas, momentos e barro!".

<3

ps.: "qual a delicadeza da palavra delicadeza?"

terça-feira, 8 de abril de 2014

encontro 36 - (amanda, 08 de abril, terça)

Ensaio no Cruzeiro, muita chuva, e instabilidades na saúde do elenco.  A primeira parte do ensaio foi dedicada à lapidação dos textos, últimas cenas. Tuti e Marcinha trabalharam ‘Árvores do Cerrado’ que ficou uma delícia, todos em cima dos blocos numa composição visual bem concretista que contrasta com a delicadeza bucólica desse texto. 
Finalmente chegamos na voz da cidade ‘Todos Tinham Um Plano Pra Mim’, e a última música que faltava: ‘Ausência do Mar’. A melodia nos envolve em imagens sobre esse céu monumental de Brasília, e mais uma vez, a voz e movimentação do coletivo engrandecem a beleza da cena.


“Se eu navego no teu céu não sinto ausência do mar...”

segunda-feira, 7 de abril de 2014

encontro 35 - (vinícius, 07 de abril, segunda)

Na reta final do processo de recriação do "De carne, osso e concreto" me questiono sobre o quão rico e precioso pode ser recriar uma obra que faz uma ode à nossa cidade e o quão complicado e devastador pode ser repensar nosso conceitos prévios, ou já estabelecidos sobre o que pesquisamos e nos apropriamos. Vivo uma dicotomia cotidiana com a cidade, num misto de passividade e atividade plena sobre todas as arestas que Brasília apara. O cotidiano, o momentâneo, o dia permeado pela produção ativa, pelo tempo que não para e que passa num ritmo de metrópole descolada. A cidade não desafoga, a cidade continua, a cidade não perdoa, a cidade avança, a cidade devasta, a cidade permeia incógnitas do terceiro milênio.


quinta-feira, 3 de abril de 2014

encontro 34 - (tuti, 03 de abril, quinta)

Sinto o espetáculo um pouco distante de mim. Estamos na reta final e esse é o momento de se envolver. Acredito no trabalho construído. Um tijolo, depois o outro.

Preciso me apaixonar.
Preciso me apaixonar.
Preciso me apaixonar. Preciso me apaixonar.
Preciso me apaixonar. Preciso me apaixonar.Preciso me apaixonar. Preciso me apaixonar.
Preciso me apaixonar. Preciso me apaixonar.Preciso me apaixonar. Preciso me apaixonar.Preciso me apaixonar. Preciso me apaixonar.Preciso me apaixonar. Preciso me apaixonar.
Preciso me apaixonar. Preciso me apaixonar.

Preciso me apaixonar. Preciso me apaixonar.
Preciso me apaixonar. Preciso me apaixonar.Preciso me apaixonar. Preciso me apaixonar.




Preciso me apaixonar. Preciso me apaixonar.Preciso me apaixonar. Preciso me apaixonar.Preciso me apaixonar. Preciso me apaixonar.Preciso me apaixonar. Preciso me apaixonar.Preciso me apaixonar. Preciso me apaixonar.Preciso me apaixonar. Preciso me apaixonar.Preciso me apaixonar. Preciso me apaixonar.Preciso me apaixonar. Preciso me apaixonar.Preciso me apaixonar. Preciso me apaixonar.Preciso me apaixonar. Preciso me apaixonar.Preciso me apaixonar. Preciso me apaixonar.Preciso me apaixonar. Preciso me apaixonar.



Afetar, atravessar, imbuir.

Avante!

terça-feira, 1 de abril de 2014

encontro 33 - (tatiana, 1 de abril, terça)

Com a data da estreia se aproximando e com as dificuldades que estamos enfrentando, tudo parece mais difícil. Entretanto, já conseguimos agora visualizar o espetáculo como um todo, à medida que estamos montando as cenas finais.

Hoje o principal trabalho foi sobre a construção da transição entre a cena da música "o homem que passa" e o texto "quadrado branco". Foi concebido, por Julia Ferrari, Nara Faria, Diogo Vanelli e elenco, um ritmo percussivo na levada dos cubos das laterais para meio do palco. Despendemos bastante tempo nisto, uma vez que a precisão era imprescindível para o efeito sonoro desejado pela equipe.

A cada dia percebo mais a importância de uma concepção pessoal de sentido para as cenas. Por mais que as ações digam por si e que exista a criação de significados comuns, a composição de um percurso interno e individual me parece essencial para fortalecimento da presença cênica e aprimoramento do trabalho de interpretação.

Avante, mesmo com todos os desafios! A apresentação se aproxima...."O tempo tá passando."